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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Especial Homem Aranha parte 2: The Amazing Spider-Man



    Dando continuidade a esta série especial de reviews, prosseguiremos agora para "The Amazing SpiderMan", produzido pela RARE e distribuído pela LJN, lançado em 1990 para o GameBoy.


    The Amazing SpiderMan é um jogo de plataforma em side-scrolling.


    A história do jogo começa com o escalador de paredes recebendo uma chamada em seu celular, de ninguém menos que Mysterio, informando que Mary Jane Watson-Parker está em poder dele e de seus aliados. Sim, aquele "tijolo" usado pelo Aranha e seus inimigos durante as "cutscenes" é um celular... e não um rádio, lembrem-se,  este jogo é do começo dos anos noventa.



     Ao longo do jogo, os aliados de Mysterio são revelados: Duende Macabro, Escorpião, Rino, Doutor Octopus e, por fim, Venom. O que explica os vilões terem o número de telefone do aracnídeo é justamente a presença de Venom no grupo, uma vez que o vilão conhecia a identidade secreta do aracnídeo, isto é, antes do infame reboot ao final de Civil War.

    Uma curiosidade a respeito da história é que, originalmente, o Duende Verde seria o responsável pelo sequestro, porém ,na época, Norman Osborn, o Duende Verde original, ainda estava oficialmente morto, algo que, na minha opinião, a Marvel JAMAIS deveria ter mudado, e seu filho Harry, o segundo Duende, havia posto de lado sua vingança contra o aracnídeo e abandonado, temporariamente, a identidade do Duende Verde. Além dos seis chefões, o Lagarto também aparece em algumas fases atacando o Homem Aranha quando ele se aproxima de bueiros.

    Ao longo do jogo, o Aranha percorre ruas, telhados, o metrô de Nova Iorque, o Central Park, mais telhados e, por fim, o sistema de esgotos da cidade, ou seja: os ambientes no qual o herói tipicamente se aventura nos quadrinhos.  Durante as fases, além das hordas de criminosos que surgem de todos os cantos, sério, em algumas fases eles literalmente caem do céu, o aracnídeo ainda tem que lidar com a fauna local: morcegos no metrô, pombos no Central Park, crocodilos nos esgotos e por aí vai...
    Sério, crocodilos no esgoto até dá pra aceitar, por causa da lenda urbana, mas de onde eles tiraram a ideia de colocar bandos de morcegos infestando o metrô de Nova York?


    Passemos ao gameplay. Conforme mencionado antes, The Amazing Spider-Man segue uma fórmula bem simples: chegar ao fim da fase e derrotar o chefe, para avançar para a próxima área. Tarefa fácil na teoria, mas alguns detalhes tornam isso mais difícil do que deveria ser, e renderam ao jogo pesadas críticas, porém devo avisar de antemão: esses detalhes de forma alguma tornam este jogo injogável. Dito isso, vamos seguir adiante:

    O primeiro detalhe são os controles do jogo e seu tempo de resposta. O Homem-Aranha, durante o jogo, dispõe de uma variedade de movimentos tais como pulos, superpulos, socos, chutes e, é claro, sua teia, tanto como arma quanto como transporte; porém, apesar dessa variedade, vale lembrar que o GameBoy clássico dispõe de apenas dois botões de ação,  A e B, sendo o A reservado para pulos e o B com todas as funções de ataque, sendo que um leve toque dispara um soco com o aracnídeo de pé, uma rasteira, caso ele esteja agachado, e uma voadora durante um salto e, caso pressionado, dispara a teia. Aliás, vale notar que com a ajuda de itens a teia pode ser melhorada nesta sequência: tiro simples > tiro triplo > rede de teia > rede de teia tripla.

 Por algum motivo, caso o Aranha pegue um item para melhorar a teia com ela no máximo, volta para o disparo simples...vai entender!

    Durante as fases existem obstáculos e plataformas que o salto comum do aracnídeo não consegue alcançar, para isso existe o superpulo, no qual é primeiro necessário pegar impulso, andando antes de saltar, e, por fim, para os obstáculos que nem o superpulo consegue transpor, existe a segunda função da teia do aracnídeo: os fios de teia nos quais o herói pode se balançar através de longas distâncias, acessados segurando o botão A durante o salto.


O segundo detalhe é o sistema de colisão e dano do jogo. Na esmagadora maioria dos jogos de plataforma em que o herói NÃO morre instantaneamente ao levar dano, o herói, ao tocar um inimigo, leva o dano e é ricocheteado para trás, com invulnerabilidade momentânea. Só que isso não se aplica neste jogo. Ao tocar qualquer inimigo, o aracnídeo recebe dano constante, enquanto durar o contato. Desnecessário dizer que isso consome a barra de vida muito rapidamente. Em compensação, com exceção dos chefes, os inimigos encontrados durante as fases podem ser vencidos com apenas um golpe.


Para completar, durante todo o jogo o aracnídeo conta com 3 vidas e 3 continues, sendo que não existem meios de se adquirir vidas extras. Ao perder uma vida, o jogador recomeça exatamente do ponto onde parou e, ao usar um continue, acontece exatamente a mesma coisa, inclusive durante as lutas contra os chefes de fase, que NÃO recuperam a vida após o continue, o que torna a missão do Aranha um pouquinho mais fácil. 



 Incrível, considerando que na maioria dos jogos de plataforma, “morrer” significava voltar ao último checkpoint (geralmente encontrado no meio da fase, ou antes de um chefe), e usar um continue significava voltar para o início do level.

O Jogo possui gráficos aceitáveis, os cenários são bem desenhados e detalhados, porém, no que diz respeito aos sprites do jogo, a história é outra.  Graficamente não há uma grande variedade de sprites, sendo apenas um para cada tipo de inimigo. O sprite do aracnídeo é reconhecível, porém a escolha de usar tons muito próximos de cinza escuro é questionável e, por fim, a questão da proporção, em algumas imagens: o sprite das balas mais parece um minimíssil, e os hambúrgueres usados para recuperar vida são literalmente do tamanho de uma janela.

A Trilha sonora do jogo é composta por apenas quatro músicas: a música de abertura é nada mais nada menos do que a música de abertura do desenho do aracnídeo, da década de 60, em todo o seu esplendor. Existe uma única música de fundo para todas as fases, que é repetida em loop a cada 30 segundos. Nas fases 2 e 5, que possuem, antes da fase side-scrolling, uma parte de escalada, é usada uma outra música tema. E, por fim, existem as músicas para as Boss Battles e uma para o game over.
Ah sim, já ia esquecendo: The Amazing SpiderMan é mais um jogo a empregar o irritante recurso da campainha, quando a barra de energia está prestes a se esgotar. Sério, dá para ver claramente a energia baixa, não é necessário um lembrete auditivo!

Enfim: Como todo jogo, este também tem seus altos e baixos... Sim, é um jogo difícil, mas não impossível. Os controles podem ser frustrantes no início, mas nada que alguma prática não resolva.  
E, falhas à parte, não merece nem de longe as pesadas críticas que recebeu.  Não é um jogo perfeito, mas ainda assim é bastante divertido, com um bom nível de desafio.